quinta-feira, outubro 05, 2006

A.D.Iesf


Associação Desportiva dos alunos do IESF.


Sendo o IESF um instituto superior que entre outros intuitos visa a formação especializada de docentes na área da educação física, é de relevante importância a existência de um movimento que fomente as praticas desportivas, e que reúna toda a comunidade escolar para praticas desportivas frequentes.
Situando o IESF no seio de uma sociedade moderna, é importante este acompanhar todos os processos que a essa sociedade são inerentes. Doenças relacionadas com o stress e vida sedentária são cada vez mais frequentes e cabe ás entidades relacionadas com a saúde e também à educação alertar para esses perigos, daí ser de vital importância que no seio das comunidades estudantis se fomente a prática e hábitos desportivos.
É neste âmbito que surge a ideia de criar uma associação de desporto e actividades físicas no IESF, uma associação que dinamize e impulsione a vida desportiva na faculdade através de iniciativas desportivas, quer praticas quer teóricas, assim como um gabinete de apoio, onde seja possível debater estratégias, e compilar um arquivo de material relacionado com o desporto, de maneira que os estudantes da faculdade tenham acesso privilegiado a esse tipo de material. Acima de tudo, queremos a cooperação de todos os alunos num esforço de mudar e inovar a imagem do Desporto no Instituto e fora do mesmo. Persistência será a nossa "palavra-chave" em todas as circunstâncias. Queremos fomentar a interacção com a comunidade estudantil. Sentimos, não só como membros do Departamento de Desporto, mas também como estudantes, a necessidade de captar a atenção da Comunidade escolar, impulsionando a união dos estudantes e difundir o espírito académico, através de práticas e actividades físicas recorrentes.

Vale a pena continuar com a praxe?

Será que se justifica perpetuar as Tradições Académicas?

Valerá a pena continuar a insistir na Praxe?

Definitivamente, SIM!

A Praxe Académica é um legado histórico e cultural que nos compete defender e transmitir aos outros. É parte enraizada na cultura popular portuguesa que vive do Ensino Superior e dos seus estudantes.
Ter uma instituição desprovida da Praxe é ter alunos que não se orgulham da instituição que frequentam nem da cidade que a alberga.

Sem serem submetidos à Praxe, a maioria dos estudantes tende arrogantemente a considerar-se parte de uma elite. Muitos tornam-se indivíduos que usualmente recusam as suas humildes origens familiares e das quais se envergonham. Isto parece impensável, mas frequentemente vários «pobres de espírito» tentam mesmo esconder a simplicidade dos seus pais.

Trata-se de um complexo fenómeno social, pois encontramo-nos cada vez mais numa sociedade materialista onde as pessoas são avaliadas pelo que possuem e não pelo que realmente são.
É cada vez mais frequente ouvirmos coisas do género: “Não sabes quem é o Ferreira? É aquele que até tem um jipe descapotável e um apartamento na Boavista...”.
Quantos de nós não suportamos este ambiente postiço, onde as pessoas querem parecer em vez de ser ?

Pois a Praxe Académica é uma boa solução para estes casos de «narizinhos empinados» e «peneiras» desmesuradas, pois representa valores como a humildade e a igualdade.
De Traje Académico somos todos iguais. Não há ricos nem pobres e todos podem ocupar qualquer posto, o que torna a Praxe num regime extremamente democrático, apesar do seu estilo frequentemente militarizado.

Uma falha que é constante é a falta de informação.
Começando pelos caloiros, a primeira coisa a fazer-lhes no acto de recepção deve ser explicar-lhes o que é a Praxe Académica, perguntar-lhes se a querem aceitar ou recusar e explicar-lhes as consequências da opção tomada.
Infelizmente, o que habitualmente acontece é primeiro colocar os recém-chegados «de quatro» e só passados alguns dias é que alguém se lembra de lhes explicar alguma coisa.
Os caloiros devem ser informados dos seus direitos e os doutores da praxe têm obrigação de saber estar na praxe se a querem exercer.
Devo lembrar que só adere à Praxe quem quer, mas para o fazer deve respeitar as regras tradicionalmente estipuladas.

Como é que um caloiro pode vir a ser um bom doutor se não for devidamente ensinado? Se a Praxe for deturpada, então ela vai ser transmitida num sentido tosco e distorcido, provavelmente sob a forma de vingança do tipo “deram-me cabo do juízo quando era eu caloiro, agora chegou a minha vez de fazer-vos o mesmo...”.

A Praxe deve ser sinónimo de camaradagem, amizade, solidariedade e espírito de entreajuda e nunca servir de propósito a actos de violência gratuita.

O estatuto do estudante perante a população da cidade também tem entrado na decadência. As pessoas estão fartas dos arrogantes exageros, nomeadamente da «chaga» estudante pedinte e do estudante bêbado e desordeiro.
Hoje, o aluno universitário é visto por muitos como um parasita que só quer saber de copos e noitadas.

A principal responsável por esta imagem negativa que os estudantes de Capa e Batina têm actualmente face à população da cidade é, a meu ver, a Queima das Fitas. Isto é, o comportamento menos digno que a maioria dos estudantes adopta nessa altura.

Nesta festa da euforia total, a Academia esquece-se que nem só estudantes habitam a cidade. Basta pensar nos mais de 20 mil quilos de lixo que o Cortejo de Coimbra provoca num só dia, já para não falar dos prejuízos causados pelos cortes de trânsito.

Algo que penso deveria ser repensado é a trupe. A sua filosofia original já não faz muito sentido nos dias que correm.
Inicialmente, surgiram como uma forma de «convencer» os caloiros a ficar em casa a estudar, para não começarem a reprovar logo no primeiro ano, pois a Praxe deve ser espírito de camaradagem.

Actualmente, penso que quando se apanha um caloiro na rua a partir das nove da noite, ou não se aplica sanção alguma ou então aplica-se-lhe apenas uma sanção simbólica.
Há que compreender as distintas circunstâncias de outrora quando comparadas às de hoje. Se o caloiro não pode sair, então há-de ficar em casa a ver televisão, a jogar computador, ou a fazer outra coisa qualquer. Tudo menos estudar.
Até aos anos 50/60, altura em que foi editado o primeiro código da praxe (1957), quase ninguém usufruía em casa do «lazer» proporcionado pela tecnologia, daí a original função da trupe como patrulha académica.

Além disso, os caloiros de hoje não são tão ingénuos como os de antigamente. Muitos deles trabalham e estudam ao mesmo tempo e não precisam que um grupo de colegas lhes venha com lições de moral, muito menos que lhes venham tentar ensinar o que é a vida. Dizer-lhes que não podem permanecer na via pública após as nove da noite e que estão sujeitos a praxe de trupe a partir dessa hora é obsoleto nos dias de hoje.
E os caloiros que trabalham à noite, como fariam?

Acho bem que se mantenha simbolicamente esta original função das trupes, mas como factor histórico.
Penso que a função fiscalizadora das trupes é muito mais importante e essa sim, deve ser mantida no activo.
Em vez de andarem à caça de caloiros, os elementos das trupes deviam era preocupar-se com os doutores da praxe que andam mal trajados e que não respeitam em nada as Tradições Académicas.
Quantas vezes não se vêem nas mulheres saias que mais parecem a continuação da camisa, maquilhagem, anéis e pulseiras como enfeites e óculos de sol a servirem de bandoletes? E nos homens sapatos trabalhados, relógios e óculos desportivos radicais? E metal espetado na capa também é coisa que não falta...

Se as trupes querem fazer algo de útil pela praxe, preocupem-se em fiscalizar os doutores e não os caloiros. Muitas vezes a ignorância e desrespeito dos doutores pela Praxe vergonhosamente ultrapassa de longe a dos caloiros.

Há que ter em consideração a evolução dos tempos.
A flexibilidade e mobilidade da Praxe é que lhe têm permitido a sobrevivência até hoje. Mas para que tudo se processe de um modo salutar é necessário que haja conhecimento acerca da matéria.

É preciso saber para poder ensinar.

O que é ser Vitória ?

Bem, aqui está uma daquelas perguntas em que, para respondê-la, nos apetece sobrepor o sentimento à razão e exprimir tudo aquilo que nos vai na alma. E sim, neste caso parece-me realmente obrigatório responder a esta pergunta com toda a emoção possível. Até porque, VITÓRIA é isso… Emoção, amor, fanatismo, entusiasmo. Uma forma diferente de viver um clube, uma maneira especial de encarar qualquer confronto em que entre o símbolo do Conquistador.
Ser VITÓRIA é colocar esta instituição acima de qualquer coisa, é ter uma única prioridade na vida: o Vitória de Guimarães.

Existem factos que passam despercebidos à sociedade em geral e aos acompanhantes do futebol em particular, mas há coisas vividas em Guimarães capazes de não deixar indiferentes até os nossos maiores rivais. Coisas essas que tornam este clube ainda mais especial e a sua fiel massa associativa mais difícil de definir.

Este clube é o símbolo da cidade e desperta nela uma euforia e paixão inexplicavelmente grandes, o que cria em toda a cidade uma atmosfera de verdadeira loucura em volta deste.

Concerteza que toda a gente que acompanha o futebol português e fala do VITÓRIA, refere-se praticamente sempre à sua fantástica massa associativa. Apesar disso, poucos, ou mesmo nenhuns, percebem e conseguem passar para quem os ouve, a verdadeira intensidade do seu apoio e a verdadeira profundidade deste amor ao clube. E digo ao clube e não à equipa de futebol porque, qualquer que seja a modalidade, qualquer que seja o lugar onde esteja o símbolo do Conquistador representado, o apoio é intenso e incondicional. É isto que nos torna diferentes. É esta paixão sem limites, este constante sobrepor do coração à razão, que distingue esta massa associativa de qualquer outra do país.

Cerca de 3 000 pessoas em Sevilha, mais de 4 000 pessoas num jogo dos juniores, 26 057 pessoas num jogo com o Boavista, média de 15 000 pessoas por jogo, quase 22 000 sócios, mais de 15 000 lugares anuais vendidos, pavilhões de voleibol completamente cheios praticamente em todos os jogos… Factos como estes não passam, ou não deviam passar despercebidos. Mesmo assim, continuamos a ser vítimas de discriminações completamente descaradas por parte da Comunicação Social. Onde está o respeito por toda esta gente que dedica praticamente a vida a este clube, fazendo sabe-se lá quantos sacrifícios, financeiros e não só? Onde está o respeito por toda este gente que faz deste clube um histórico do futebol em Portugal, que lhe dá dimensão de “grande” e que contribui para que a média de assistências nos estádios de futebol portugueses não seja ainda mais vergonhosa?

Posto isto, afinal, quem são os clubes grandes em Portugal?

São interrogações como estas que nos fazem olhar para o futebol português com muita pena, e sentir que no nosso país se brinca ao futebol. Nem sempre ganha quem é melhor, quem luta pela vitória, quem defende até ao fim as suas cores.

Mas também uma coisa é certa: só tentando lutar contra isto, nunca perdendo a esperança, é que um dia esta situação pode ser mudada.

E em Guimarães, onde não se respira futebol, respira-se VITORIA, essa luta vai continuar, sempre. Lutando sempre contra as injustiças do desporto em Portugal, acreditando sempre que esta situação vai ser mudada. E vamos lutar apoiando sempre, cada vez mais, esta instituição, fazendo ouvir cada vez mais alto a nossa voz. Porque ser VITÓRIA é isto: ter fé, esperança, amor, orgulho na nossa cidade e no nosso clube. Porque ser VITÓRIA é ser único… Nós somos únicos.